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Jeitinho de Maria Bonita

Tá dificíl, tá difícil. Criar algo realmente novo está bem complicado. Desde que Mcqueen se foi, nada de espetacular foi criado. O sistema da  moda está confuso e realmente não se pode diferenciar o que está na moda, do que não está. Isso é bom pra gente que não precisa mais surtar tanto com vontade de comprar algo e se sentir na moda. rs! Crie seu estilo, porque nem as grandes maisons estão conseguindo isso.

Digo isso, porque hoje, por acaso, num dos vários twittes, cliquei num link sugerido pela Vogue Paris vi umas fotos da coleção out/inv 2010/11 da maison  Martin Margiela, Haute Couture francesa. O que encontro? Um estilo completamente Maria Bonita de ser, muito ocre, couro e uma “selvageria” à la sertão nordestino dos tempos de Lampião.

Um dia desses, fui numa feira de produtos piauienses em São Paulo e me deparei com essa mulher-bode. Achei espetacular a roupa. O símbolo de uma cultura que foi representada pela marca Margiela. Não que o Piauí tenha sido representado nas roupas, mas a essência dessa cultura vaqueira, do ar rústico e da produção artesanal.

E reafirmo, é clara a busca pelo o que é feito à mão. Por aquilo que único, que só a mão humana sabe produzir. Para mostrar então que o que vem sendo apresentado não é novo, aqui vão mais algumas imagens de um desfiles Jean Paul Gaultier de 2007:

Gaultier parece apaixonado pelo estilo, pois agora,  no começo de 2010, novamente apresentou looks seguindo essa linha:

Vejo a busca pelo étnico muito forte e adoro ver traços nordestinos na alta costura francesa. E me pergunto: de onde vem essa linha de  inspiração? Ou será influência do inconsciente coletivo? Em todo lugar existem vaqueiros, minha gente? Ou estou pirando na batatinha ao fazer essa relação? rs!

Enfim, achei bem interessante.

imagens via, aqui, aqui

05/07/2010 at 14:36 3 comentários

A beleza do artesanal

Vivemos num mundo de evoluções tecnológicas tão rápidas que na maioria das vezes não conseguimos acompanhar. Veja pelo Ipad que chegou semana passada e ninguém sabe exatamente o que fazer com o mais novo gadget da Apple.

A tecnologia também influi no mundo da moda. O que nos distancia um pouco do modo como fazer as coisas. No tempo das costureiras, por exemplo, quando não havia a produção em massa de vestuário, você olhava uma revista, escolhia um modelo, pedia alguma alteração, definia a cor e tinha uma roupa do jeitinho que você queria. Com a evolução tecnológica no mercado têxtil você apenas escolhe entre as opções já escolhidas. Definiram modelos, cor, tamanhos e ali está o seu restrito leque de opcões. Por isso eu acho gostoso estimular o artesanal. O que é feito pela mão humana dificilmente pode ser repetido igualzinho. Cada peça feita pelo artesão é única! E o melhor de tudo é que o artesão pode ser você. Claro que nem todo mundo tem o dom da paciência de um trabalho meticuloso, feito à mão. Mas, quem não tem, pode muito bem incentivar essa cultura do artesanato comprando as coisas legais que esse profissionais/artistas inventam. Eu apoio demais e adoro!

E, umas das coisas que a gente precisa saber é que a alta costura francesa trabalha exatamente esse conceito. No atelier da Chanel, por exemplo, existe um time de artesãs para dar conta dos alguns poucos consumidores que poderão comprar algo tão único, como as peças da Alta Costura. Lá existe a valorização da singularidade.

CHANEL HAUTE COUTURE SS 2010

Adorei, por exemplo ver fuxicos na passarela Chanel no desfile de Haute Couture SS 2010, em Paris.

CHANEL HAUTE COUTURE SS 2010

É chique ver fuxico com a grife Chanel. Mas prefiro mil vezes o gosto brasileiro, que adora uma mistura de estampas de chita. É uma cultura do Brasil, cultura do nordeste. O fuxico faz parte da nossa história.

01/02/2010 at 17:01 Deixe um comentário


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